O ERRO DOS CONSUMIDORES? ESTÃO "MASTIGANDO" POUCO!

Muito pouco! Lembro-me de entrevista que li recentemente, com uma renomada Nutricionista americana. A profissional afirmava que o principal problema da alimentação contemporânea é que "estamos mastigando muito pouco", e esclarecia que, ao mastigar pouco, saboreamos pouco, engolimos rápido demais e temos uma digestão dificultada. O correto seria mastigar cada bocado várias vezes de um lado da boca, depois do outro, para somente então engolir. Além de digerir tudo mais naturalmente, absorveríamos mais nutrientes e teríamos maior sensação de saciedade, e bem mais cedo (posto que ela demora de 10 a 20 minutos para vir, após o início da refeição).
Diagnóstico. A conclusão da sábia e experiente Nutricionista: se nós cuidássemos de mastigar melhor, precisaríamos comer menos, bem menos, e ainda assim viveríamos mais felizes e saudáveis. Como tudo nesta vida que exala sabedoria, este raciocínio é puro bom senso, e quero me valer dele para interpretar o que está se passando em nossa vida cotidiana como consumidores. Tentando ser isento (porque também sou consumidor), buscando olhar de fora, o que vejo é um fenômeno idêntico ao da nutrição hiperacelerada: pressa em engolir e encher novamente a boca! Quer dizer: pressa em consumir e novamente comprar, para poder consumir mais e comprar ainda mais!
Excesso... e falta! Dois ou três pedaços de pizza (normalmente suficientes para um adulto), não bastam: tem de comer meia pizza, ou até uma pizza inteira, fartamente regada com uma pet de refrigerante ou duas garrafas de cerveja. Saboreia-se corretamente, assim? Duvido. Engorda-se à toa com esta voracidade toda? Estou certo de que engorda! Duas ou três calças não bastam: tem de entupir o guarda-roupas com dezenas de modelos e cores diferentes, para acabar usando sempre as mesmos (as preferidos, até porque ficam à frente, as demais a gente nem enxerga direito, porque estão socadas atrás). Vive-se mais elegante, assim? A julgar pelos "desfiles" que vemos por aí nas ruas... sinceramente... não!
Descartando em 3, 2, 1... A roupa tem de dar embora (ou pior, deixar mofando no armário) porque saiu de moda. O celular ficou desatualizado, o computador e a TV também: vamos trocar! O sofá está sujo: melhor dar e comprar um novo, junto com o tapete (se ficar caro a gente parcela, mesmo pagando um absurdo de juros). Ah: o carro é modelo virado, não tem mais aquela "presença" toda: então troca! E assim vamos tornando as coisas (a vida!) descartável. "Reduza, reuse, recicle", propõe a ecologia. "Ambicione mais, sirva-se de apenas um pedacinho, jogue todo o resto fora", diz o consumismo. E aí: para quem você dirá amém?
*Prof. Marcos Silvestre | EKNOWMIX® Educacional - Coordenador do PROFE® Coopercredi ACSC
Programa de Reorganização e Orientação Financeira e Empreendedora.
Economista com MBA em Finanças (USP), atua como orientador de famílias e educador em empresas (Metodologia PROFE®). Comentarista econômico do Grupo Bandeirantes de Rádio e TV, é autor de "Os 10 Mandamentos da Prosperidade” e dirige o site www.educarparaprosperar.com.br.